O meu escrever
O MEU ESCREVER
A CHAVE DE PANDORA
Quando se quer contar uma estória, exige-se a vontade de querer dividir um segredo com alguém.
Tem que se tem ter a disposição de se mostrar-se para alguém ou para todos. Há de se pensar que o escritor escreve por que pensa que ao fazer isto, está sendo útil, para si e para outros.
Exige uma disposição de despir-se, e ao fazer isto, mostrar-se como acredita que se é.
O sexo de quem lê sempre é suposto, nunca é certo, daí vêm às surpresas.
O meu escrever não é diferente disto, com um acréscimo, como desde adolescência faço psicoterapia, hoje continuo a fazer, nas páginas de um caderno, que depois se transforma em livro e também meu filho. São verdadeiras as minhas palavras, no máximo que me permito serem.
A minha maneira de me encontrar era através do outro, pessoal ou impessoal, o caderno sou eu impessoal, que depois mostro em livros para alguém!
Não faço, quando escrevo, procurar vender, mas sim construir, como se fosse um pregador do bem, o que muitas vezes não agrada, pois o mal é mais charmoso.
Crucificaram Jesus, obrigaram Sócrates beber cicuta, e se vai embora, com pessoas que construíram o bem. Agora, já o mal..., me perguntam o que é o mal? Pois você não vende, não julga... Então, do lado desta maneira de pensar, ou sob este raciocínio, apresento um texto, ele não é conclusivo, e não é também único e linear. Na verdade, é texto que se intercala entre si, que levam o leitor ao pensamento, e fruto deste, ele chegar a sua verdade que aí é conclusiva, e nessa, é plural, como na psicanálise, e também é transitória.
Talvez, não sei bem até que ponto, por ler muitos clássicos na adolescência, eles me influenciaram de tal forma no meu escrever, que resolvi de, pois de adulto recontá-los, utilizando até os mesmos títulos, mas as estórias eram outras.
Para levar o meu leitor a reflexão, criei um estilo único, o da prosa impressionista, nesta forma mistura: prosa, poesia, contos de fada, crônicas, tudo em fim. Além de levar a reflexão, não leva ao enfadonho texto de lógica linear.
Corre-se o risco da dificuldade de compreensão, como o escrever é o tratar de si consigo mesmo, corre-se o risco da confusão.
Eu, por exemplo, estou tratando de mim, escrevo sobre o meu escrever, pois parece confuso, outro que como sou tímido, é o risco que corro sempre.
Em suma, no meu escrever troquei o ponto final imaginário pelo de exclamação e o de interrogação.
O de exclamação ao ler e o de interrogação ao interpretar meus textos.
A minha pontuação é imaginária, e o escrever de como ela o é, é um explicativo do meu ser, também!
Portanto, a lógica que pontua meus textos é dialética, pois são fragmentos em textos de lógica formal, que se interagem num livro de lógica dialética, ou seja, enquanto nos fragmentos trabalha-se com tese, e o desenvolvimento de premissas. No texto maior essas teses sempre vão achar uma antítese, que se transformará em síntese, que será a tese do texto futuro, assim é o meu escrever, assim é o meu escrever, e como o escrever é o retrato de si: assim sou eu!