O Frio
Este tempo frio e úmido me enregela os ossos, mas deixa-me feliz e contente. Vivo na expectativa do amanhã, do porvir...
Medito muito, penso mais ainda sobre a expectativa de vida. Queria, muitas vezes, que as pessoas dessem um tempo na sua vida para pensar, para raciocinar sobre o quotidiano, ao invés de viver por espasmos e em um frenesi alucinante a mercê dos acontecimentos.
Quem assim atua, desrespeita o livre arbítrio, que é o maior dom que Deus nos deu. Despreza o direito de escolher entre o certo e o errado, não tem consciência do ato, e culpa ao desenrolar dos acontecimentos às derrotas da vida.
O andar da carruagem se resume assim: se tudo dá certo, é conseqüência da enorme capacidade do indivíduo, no contrário, foi Deus quem quis.
Como se o viver fosse uma enorme prova que Deus dá, e os méritos coubessem apenas ao homem!
Não é bem assim! Se existe uma força maior que age no universo, e ela é justiça e amor, sua intenção é que todos sejam felizes.
A busca da felicidade é a grande prova que cada um tem que passar. Não a felicidade transitória de alguns momentos, mas de algo mais profundo que a própria existência, e na solução desta se resume a razão de viver.
Se pensarmos assim, concluiremos que céu ou inferno se resume a um estado de espírito, e o iluminar-se é preencher os vazios da alma, levando-a e a sua existência ao ápice da felicidade.
Muitas vezes há dúvidas sobre o caminho a seguir, sobre qual a escolha a fazer, e está aí a importância do livre arbítrio. Pois o estado de graça é o contato íntimo com a divindade de amor, de justiça e de paz, já a desolação é o viver na ausência da divindade, caminhando na aridez do deserto.