A Vida em Partes - Artigo 2 - Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia
A VIDA EM PARTES 1
Se um dia perguntarem de mim, não precisa responder; observe a pergunta, pense no porque e não julgue, apenas questione a razão!
Foi pensando assim que comecei a escrever, foi para responder o indizível, foi para falar do que sempre é mudo, é o dizer das línguas cansadas, que não conseguem se expressar!
Percebi que ao falar de mim, do meu quotidiano, retratava o dia a dia de pessoas no mundo inteiro. Era universal contando fatos simples que todos vivem, mostrando a realidade do viver, a beleza do sonhar, o exercício do pensar, o ser humano, enfim!
Ao caminhar pelas ruas, sei que não sou só eu que vê o dia desabrochar em si, ao andar e ver o vem e vem das pessoas, na rua em que moram.
O ato de respirar, rir, chorar é tão universal, que sequer lembramos-nos dele, muitas vezes damos preferência a coisas particulares, querendo criar uma identidade própria, fortalecendo o próprio ego, e nos afastando da enorme comunhão que é estar vivo!
Cada pessoa que vejo, quando solitário ando, tem uma estória para contar, um quê a dizer, está em eu querer escutar, deixar as pessoas serem livremente elas próprias, e aceitar as diferenças.
Pois no meu reconhecimento das desigualdades, e no gostar das diferenças, muitas vezes se encontra a chave da felicidade.
Muitos contam estórias, casos, ou como minhas avós diziam causos, minha profissão de escritor é de dar vida a estas estórias, transformá-las em textos, em palavras escritas, nas páginas das recordações de um dia.
Em suma, procurar universalizar a minha memória, criar uma identidade com o meu se, é isto que faz sentido na arte de escrever!