A Vida Em Partes - Artigo 1 - Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia
A VIDA EM PARTES
Eu sou a voz que clama no deserto!
A voz de um rosto perdido na multidão, que como ela tem clamores de justiça, de ser reconhecida como ser humano, de ser tratada de um modo mais humano!
Enquanto o deserto das aparências, representado pelas vontades das classes dominantes, que se caracterizam pelo ar ides de pensamentos e sentimentos. Lá uma vida, uma individualidade não tem sentido; estático fica transformando cada ser humano em um número.
Números que aparecem nas estatísticas dos manifestantes, dos necessitados, dos injustiçados, dos desolados...
Homens e mulheres desolados, por passarem a ser uma massa sem rosto, manipulada ao bel prazer das pesquisas, servindo sempre ao nefasto interesse das minorias que dominam o mundo.
Poucos imaginam que aquela face que aparece nas fotografias que ilustram a reportagem, muitas vezes distorcida, representa uma vida, com amores, dissabores, verdades, conquistas e derrotas.
Verdades estas distorcidas ao favor de um falso bem estar, vivido conforme o falar da mídia, deixando toda humanidade daquele rosto, daquele ser, de lado.
Pretendo ser, sempre, a voz de cada um em sua individualidade, em um mundo que o ser humano foi excluído da grande festa dos números, onde deixou de ser um, para ser mais um.
Mais um que fala mais um que pensa, mais um que sente...
E a vida se desenrola, desabrochando em partes, nas folhas do meu escrever, na forma do meu ser.
O primeiro a falar assim foi João Batista, que teve sua cabeça entregue ao capricho das classes dominantes.
Pretendo que tal fato não aconteça comigo, mas se tal acontecer, que o meu escrever sirva para honrar cada um, para valorizar cada ser, para individualizar a massa, para conscientizar o ser e para diminuir o sofrer!