A um segundo da felicidade
A UM SEGUNDO DA FELICIDADE
Acordo de manhã com a sensação que a felicidade existe e é possível. Falta-me pouco para alcançar, é um ínfimo de tempo, uma fração do nada, um grão de areia no deserto.
E, então este nada ou quase nada, faz-me procurar o objetivo supremo, a felicidade, nas coisas ao meu redor.
Penso na realização, profissional, sentimental e esqueço-me da espiritual.
Procuro fatos que justifiquem atos que me levem a ser feliz, não o encontro!
Vou tentando às cegas, em um universo de tentativas sem êxito, no máximo que consigo é a alegria transitória de alguns dias.
Cansado desta busca inútil, ponho-me a pensar: onde foi que errei?
E adormeço. Acordo com a mesma sensação que por um ínfimo alcanço a felicidade. Rememoro o passado, o dia de ontem e vejo que apenas tinha-me esquecido da espiritual.
Tranqüilo, enquanto o sol ainda não iluminou o dia, abro a janela do meu quarto e ponho-me a rezar.
Em pouco tempo os primeiros raios de sol entram no meu quarto, e na minha alma, e vejo que as flores brancas da paz, que um dia havia posto em casa, estão na varanda para reanimar, estavam murchas.
Olho-as e noto que um novo tempo de vida terá.
Já não as ponho na minha sala, carrego-as no meu coração!
E percebo que comecei a escrever “A um segundo da felicidade” e acabei escrevendo “Há um segundo na felicidade”!