A Autoridade - Uma visita ao País de Gabriel Garcia Marques
Indo de carro, depois de passar pela alfândega, que separa o meu mundo racional ao país do realismo fantástico de Marques. Sou abordado por um fuzil apontado na minha cabeça.
Olho para ver quem me havia abordado. E vejo um menino de treze anos, pé no chão e um capacete na cabeça. Ele me brada: “os documentos, Senhor”!
Entrego-lhe os documentos do carro que haviam acabado de passar pelo posto de fronteira, que ele prontamente os lê.
Mais do que depressa noto que a criança os lê de cabeça para baixo, chamo-lhe a atenção sobre isto, no que me responde: “A autoridade lê da forma com que quer”!
E, sem perder tempo, reclama da falta do carimbo da cavalaria no documento.
Raios, sobre que cavalaria se manifestava, tratava-se de um posto de fronteira. Tentei argumentar: Inútil!
Mais do que depressa pego a guia da alfândega e lhe entrego, o que o deixou contente e me mandou entrar!
Essa estória é real, o realismo fantástico da América Latina existe, já dizem por lá: “País pequeno, inferno grande”!
Está no realismo crítico das cores de um escritor a grande fotografia em palavras do mundo, e a crítica a ele, nada mais é do que ao mundo do que vivemos!